A Asociación Casa da Horta da cidade de Porto (Portugal) ven de participar con Senda Nova en diferentes actividades durante a pasada fin de semana do 11 e 12 de maio. Entre outros obxectivos, a entidade ten unha clara vocación ecoloxista, e ven de visitar a Costa da Morte dentro do programa PRIMAVERA EN RUTA de Senda Nova. No encontro, a comitiva portuguesa composta por catro persoas, tivo a oportunidade de percorrer o roteiro pola COSTA AGRESTE DE CERQUEDA E CAMBRE, ademais de participar nun faladoiro previo no ESPAZO DA NATUREZA DE OZA no que representou un intercambio de información e experiencias para un aprendizaxe mútuo.
Entrevistamos a Pedro Pereira, un dos coordinadores da asociación portuguesa.
Bo día Pedro. Que tal da visita por Bergantiños?
Bom Dia José e restantes companheir@s da Senda Nova. A visita foi excelente. Apesar de geograficamente não estarmos longe a verdade é que ainda existe um enorme desconhecimento recíproco de Portugal, nomeadamente do Norte, e a Galiza.
Nesse sentido esta experiência foi muito boa para estabelecermos laços e criarmos pontos de cooperação. E simplesmente para nos podermos conhecer muito melhor.
Que foi o que máis vos sorprendeu da paisaxe e o patrimonio da zona?
A mim pessoalmente surpreendeu-me bastante sobretudo a “Costa” … desde logo por toda a beleza paisagística mas sobretudo por ser uma Costa, e um Litoral, num estado ainda bastante “natural”. Numa grande parte da Costa norte portuguesa, sobretudo na área do Grande Porto (diria entre Póvoa do Varzim e talvez Furadouro) a pressão urbanística é enorme e o próprio litoral encontra-se bastante alterado, em geral negativamente, devido a essa pressão. A Sul do Douro há um grave problema de “desaparecimento” da Costa existindo enormes estruturas de betão (molhes) que tentam impedir a remoção de areias da Costa por acção da erosão oceânica. Em geral sem grande sucesso. A esse problema também deverá estar associado o facto dos principais rios sofrerem todos a acção de grandes barragens que impedem a circulação de sedimentos para a Costa.
Por outro lado, relativamente a Portugal (sobretudo Norte) a própria morfologia da Costa, com vertentes “escarpadas, é também substancialmente diferente de Portugal … em geral com declives muito menos acentuados e mais “plana”.
Que problemas en relación coa ecoloxía e patrimonio afronta a cidade de Porto e que actividades desenvolve a vosa asociación en relación con eles?
O principal problema actual prende-se sobretudo com a questão da própria gentrificação da cidade por via, sobretudo, de um tremendo aumento do turismo de massas. Mas os problemas no fundo são múltiplos e passam pelo problema do “primado do automóvel” nas deslocações urbanas, com toda a tremenda pressão e poluição atmosférica inerente. A falta de espaços verdes e destruição de alguns ainda existentes. Problemas relacionados com a excessiva produção de resíduos. A poluição do Rio Douro. A nossa associação não tem conseguido actuar tanto quanto gostaria a nível ecológico (os nossos recursos são bastante limitados) mas mais recentemente temos desenvolvido diversas acções relacionadas com a filosofia “Lixo Zero”. Promovendo diversas “Oficinas práticas” e incetivando por exemplo o fim da utilização de guardanapos de papel (descartáveis portanto) no restaurante. Não conseguimos evitar a utilização mas conseguimos pelo menos reduzir imenso a quantidade de papel utilizada.
Em relação à questão da gentrificação tentamos efectuar diversas acções de sensibilização para a problemática e participar em actividades relacionadas (por exemplo manifestação pelo direito à habitação).
O centro das actividades onde participachedes foi unha antiga escola unitaria. Como valorades o hoxe Espazo da Natureza de Oza?
As instalações são muito interessantes, resultando num espaço com uma dinâmica muito importante mas talvez pudesse desenvolver muito mais potencialidades, nomeadamente em termos de alojamento e acolhimento de associações como a nossa, já que tivemos que ficar alojados em residência privada. Fomos acolhidos de forma muitíssimo acolhedora mas talvez fosse mais prático em termos de planeamento de actividades termos podido ficar no próprio Espaço Natureza.
Que percepción tedes dos problemas ambientais nesta zona de Galicia?
Daquilo que pudemos perceber a certos níveis são bastante semelhantes ao Norte de Portugal, sobretudo se considerarmos as zonas rurais. Com especial destaque, claro, o grave problema das monoculturas de eucaliptos, que constituem uma verdadeira praga ecológica. Um grave problema, não necessariamente somente ecológico mas também, prende-se com a questão do despovoamento rural. Um outro problema que nos chamou a atenção prende-se com os tremendos impactos negativos da exploração mineira, problema também muito grave em Portugal.
Que percepción tedes de Senda Nova e da labor que está a facer?
Ficamos muito inspirados pelo extraordinário trabalho que Senda Nova desenvolve. O que é ainda mais relevante considerando que praticamente todo o trabalho da associação é trabalho voluntário, sem nenhum membro profissional neste momento. A mim pessoalmente gostei muito de ver crianças e jovens a participar nas actividades o que é uma enorme evidência do sucesso da associação em conseguir envolver e consciencializar as gerações mais jovens (e não só).
Um trabalho tão notável merece mesmo ser continuado e alargar ainda mais os seus horizontes e impacto.
Muitos parabéns e bem hajam pelo vosso trabalho!